28.3.06


Nem completamente soturna, nem desmaiada.
O azul tem vida, enquadra bem as fotos e deixa um certo toque nocturno que me agrada.
Não sei porquê associei a sensação desta cor à imagem destes restos de paus de giz coloridos, com pó uns dos outros, que me transportam para outros tempos. Os de uma escola primária onde eu gostava de brincar com as cores no quadro de ardósia que não era bem negro, antes um cinza antracite que também realçava bem tanto o branco como estas cores...
A cor é uma coisa muito curiosa, assim como as memórias, e a escrita!

27.3.06


Não sei mesmo, mais um fim de semana agarrada a esta coisa de escrita digital, mas nada de prazenteiro.
Escrever por obrigação (mesmo quando é aceite por nós) sem ter o 'tempo' de que sentimos necessidade para que as ideias sejam 'cozinhadas' em fogo lento como na cozinha slow food (que é assim que se conseguem os melhores paladares), é sempre sentido como uma agressão por mim. E este foi mais um fim de semana desses, muito anti-natura, por isso, muito neura e pouco produtivo.
Apeteceu-me voltar ao livro Ébano - Febre africana, e reler o modo como ele explicava a distinção de percepção do tempo entre os europeus e os africanos.
Aqui vai:
"Os europeus e os africanos têm noções de tempo completamente distintas. A percepção que têm do tempo é diferente, como é diferente a relação que com ele mantêm. O europeu está convencido de que o tempo tem uma existência exterior a ele próprio, uma existência objectiva e com uma natureza mensurável e linear. Para Newton o tempo era absoluto: «O tempo absoluto, real e matemático flui em si e na sua natureza uniformemente, sem relação com nada que lhe seja expterior...» O europeu vê-se a si próprio como escravo do tempo, está dependente dele, é-lhe submisso. Para poder existir e funcionar... tem de respeitar prazos, datas dias e horas. .. Entre o homem e o tempo paira um conflito irresolúvel, que termina sempre com a derrota do homem - o tempo destroi-o.
O tempo torna-se perceptível como consequência das nossas acções e desaparece quando deixamos de fazer alguma coisa ou não fazemos absolutamente nada. O tempo é uma matéria, que pode, sob influência nossa, ser constantemente animada de vida, que mergulha, contudo, num estado de sono profundo ou de não-existência, mal abdicamos da nossa energia. O tempo é uma categoria passiva e, acima de tudo, dependente do homem.
Uma inversão completa do problema europeu.
Passando da teoria à prática: quando chegamos a uma aldeia, na qual vai haver uma reunião durante a tarde, e não encontramos ninguém no local do encontro, não vale a pena perguntar: «Quando é que a reunião começa?» A resposta é pois, já sobejamente conhecida: «Quando todos estiverem presentes»...
... Algures neste mundo circula e flui uma energia misteriosa, que, quando se aproxima de nós e nos preenche, nos dá força suficiente para colocar o tempo em movimento - há algo que se inicia." (pg. 24)

E esta releitura, de facto, re-situou-me no meu tempo de Cabo Verde e ajudou a pacificar-me com a minha situação, aqui e agora, de europeia... obrigada amigos de Cabo Verde...

21.3.06

Pois é porque às vezes a forma ajuda à função!
Mas talvez tenha sido uma forma de tentar manter alguma continuidade na escrita de forma a sustentar a minha ligação a este processo de pensar! Pois é, porque a escrita é essencialemnte um acto de pensar. Ou não será?

Mas também pode ter sido só por me estar a apetecer algo menos soturno!?
Será que ajuda à apetência pela escrita?
E pela leitura? Aí a bola fica do vosso lado, leitores, visitantes, críticos.
Fico à espera dos vossos sinais.

19.3.06


Continuando em Constância, uma vila deliciosa, por sinal encontram-se lá coisas como esta. Que mais é preciso para gostarmos do sítio!
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E quando fui dar um salto revivalista a Constância lembrei-me desta imagem. Que acham deste conjunto: o nome da Avenida, com aquela figura esguia não se sabe de quem, ou os cães atentos como só eles sabem e a lua desmaida ao fundo?


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Uma imagem do "espaço" em Constância (sabem onde é?) para os alunos da Helena que "escreveram" no jornal http://jornalnaonda.blogspot.com/


Aqui temos o Sol amarelo, a Lua branca e uma cadeira à espera que nos sentemos na Terra para entendermos os eclipses!
Será que desta forma podemos perceber o que é estar com os pés na Terra? Ou que mostramos as várias cores que a Terra tem? Posted by Picasa

17.3.06

mas não mordo! só espreito... devagar... observando, cheirando, emergindo... de onde para onde? Posted by Picasa

Dar o primeiro passo

O primeiro passo é sempre a cambalear e, em geral, porque se quer ir a algum lado!
Onde é que eu quererei ir?
Pode ser o mote da busca que vou começar!
Logo vemos... Aberta e desejosa do que virá por aí!