26.12.06
aprendi hoje
Algumas das razões pelas quais eu me sinto bem em Londres:
- música/espectáculos na rua;
- movimento das ruas, que não é só de carros mas também de bicicletas e muito de pessoas a pé;
- a Rute...
e talvez tenha sido por estar hoje com ela que me lembrei de ir "repescar" estas imagens do ano passado.
...às vezes sinto falta da liberdade de formas de estar que se sente por lá!
15.10.06
foi aqui!
Pois é, foi aqui em Praga, onde as marionetas são levadas a sério e fazem parte da identidade da cidade!
Andei por esses lados em finais de Julho, com o imenso calor que fazia cá e lá.
Gostei mas voltei! Com ganas de continuar, mesmo que não pareça existir muito clima a alimentar essa vontade.
Mas vamos continuar, não é?
novo local de trabalho
o produto e o sonho
de volta... ao blogar!
Um espaço de trabalho... vivido...
De outra época? De outros mundos?
De outros trabalhos mas que me parecem muito próximos de mim. Construir marionetas, ou antes ajudar a dar corpo a marionetas, com matérias primas variadíssimas, arrumadas de forma organizada, reciclando-as, que se aproveitam de outras vidas e a que se procura dar um novo alento!
Calor? Uma pequena ventoinha pode dar a ilusão de frescura...
Cansaço? Um termo com café sempre à mão ajuda a dar a ilusão de força e energia renovada...
Vêem as semelhanças?
E o produto final, são só ilusões?
6.7.06
cegonhas e pessoas
uma cegonha atenta...
Esta foto de uma cegonha - empoleirada como gostam de estar, elegante e atenta como elas são - é para os meninos de Ribamar (do Blogue "Ventos da Mudar" que está aqui mesmo ao lado...). A sua professora continua a interagir com os alunos mesmo com estes de férias, ou seja, continua a alimentar-lhes a sua imaginação, a motivá-los a estarem atentos ao mundo que os rodeia, fomentando e sustentando a sua curiosidade e vontade de saber.
Mais uma das muitas provas de que os professores são algo bem diferente dos "maus da fita" do estado da nossa educação.
21.6.06
Talvez por eu sempre ter tido problemas de memória (ou de me desculpar com isso para justificar as notas negativas em História) acabei por descobrir formas de viver bem com essa 'falha'.
(e aqui incluo o que é dito, comentado por todos, sobre o que é e o que devia ser como se fosse assim uma mera coisa de senso comum sobre a qual todos têm a resposta milagrosa para o que os outros lá deveriam fazer...)
E deve ter sido por isso que, à pouco, me lembrei de vir aqui partilhar o encontro com uma entrada num outro blog intitulada
18.6.06
Vale a pena ver este pequeno filme de animação e sonhar também...
Aqui fica o link http://riba.dalbiez.com/index.htm
Apetece voar com eles mas para onde?
18.5.06
Às volta com a necessidade de enviar uma foto que me pediam, re-encontrei as minhas imagens de Cabo Verde. Ou antes dos meus amigos da Praia e de S. Martinho...
Como me soube bem rever, recordar o bem que lá me sentia, os afectos que trocámos. Voltei a certificar-me que me considero de lá, lembrei-me da estranha sensação que tenho sempre que piso aquela terra no aeroporto. Quando lá chego "estou em casa" o meu corpo parece que se pacifica com muita coisa e reconhece que ali sou eu!
Aqui ficam alguns dos meus amigos de lá (que hoje já são bem mais crescidinhos). Embora um deles já não esteja connosco para mim continua a ser um dos meus amigos queridos.
17.5.06
Como também gosto de vacas, das leiteiras com os ubres cheios quando vão de volta ao estábulo ao fim do dia,... e das castanhas de trabalho que têm grandes chocalhos que inundam os montes e vales das Beiras com uma sonoridade funda, cheia e calma,
...mas não das chocas que vão dar voltas nos Campos Pequenos que por aí abundam!
Mas também gosto de gatos como já se deve ter notado por aqui!
Que relação estranha de bichos! Porque será que os coloco todos no mesmo saco, ou antes no mesmo post???
Há momentos em que os bichos são bem mais acolhedores, fiáveis, directos...
14.5.06
Continuando a pensar em viagens e no meu gosto pela vivência de viajante, voltei a um livro de que gosto particularmente Não Lugares: Introdução a uma antroplogia da sobremodernidade de Marc Augé.
"Enquanto prática dos lugares e não do lugar, o espaço procede, efectivamente, de uma dupla deslocação: do viajante, bem entendido, mas também, paralelamente, das paisagens de que ele nunca consegue captar senão algumas vistas parciais, 'instântaneos', adicionados, sem qualquer ordem, na memória, e literalmente recompostos na narrativa que os descreve ou no encadeamento dos diapositivos cujo comentário impõe aos que o rodeiam. A viagem (...) constrói uma relação fictícia entre o olhar e a paisagem (...). O espaço do viajante seria, assim, o arquétipo do não-lugar." (pg. 92)
Neste excerto surge um conceito - o de 'não-lugar' - com o qual tenho uma relação ambígua que ainda não entendi. Atrai-me o conceito embora, em geral, me irrite a necessidade de falar de alguma coisa em oposição a outra. Por outro lado, atraiem-me o tipo de espaços que o autor classifica de não-lugares embora também os viva com algum desconforto. Aí as pessoas são anónimas, parecem não ter história, estão de passagem sem querer desenvolver vínculos, laços,... são, aparentemente, peças não-sociais. Mas são, também, aparentemente ou virtualmente tão livres, quase sem sentirem o tempo!
E o que é que ligará o texto com a imagem???? Nada, a não ser apetecer-me ligá-los!
Será que tem de existir um sentido para tudo???
E tenho várias viagens de sonho que ainda gostaria de vir a fazer, outras que acho que já não farei (os anos retiram coragem para fazer algumas delas).
Mas acabei de descobrir um livro delicioso que me vai ajudar a concretizar alguns desejos que eu definia como "desejos de viagem" mas que não tinham um destino definido. Ou seja, eram coisas relacionadas com a ideia de viagem mas que eu não sabia bem o quê e, talvez por isso, habituei-me a manter essas apetências num estado latente. Agora, que encontrei este livro, acho que vou conseguir desenvolver algumas ideias para concretizar essa coisa pouco definida (e outras para introduzir mais alguns desafios no meu espaço de trabalho).
Aqui fica a "cara" do livro e o título. Talvez dentro de algum tempo comecem a surgir aqui relatos de algumas dessas viagens que, com certeza, vou concretizar.
The Lonely Planet Guide to Experimental travel
Rachel Anthony, Joel Henry
Se quiserem saber+ sobre esta forma de viagem aqui fica um link para espreitar http://lonelyplanet.com/experimentaltravel
30.4.06
O que há nesta imagem que me atrai? A luz de fogo gelado? O curvilíneo das formas que parecem encaixar umas nas outras, mas que ao mesmo tempo parecem adoptar essa forma para se escaparem,... do toque, dos limites?
E ainda me atrai mais quando a vejo no contexto em que se encontra,... no contraste do azul no branco, no infinito sem gente,... no espaço terreno!
Vale a pena perder o olhar e encontrar uma serenidade que apetece neste site http://www.skulpturlandskap.no/Skulpturlandskap/artscape.swf
27.4.06
De novo na FCUL e na procura de uns dados de 2004, dei de caras com um daqueles papelinhos amarelos onde vamos escrevendo coisas e que felizmente têm cola por trás para nos surpreendem passado algum tempo (olá JFM). O que encontrei parecia ter imenso a ver com a tal ida a Ribamar (pelo conteúdo) e com o blogue de uma das professoras de lá (pela forma do seu conteúdo).
Então vejam lá se descobrem com quem é que tem a ver (é só espreitar nestes aqui ao lado)?
Aqui fica a tal frase:
"It's not knowledge, but the act of learning, not possession but the act of getting there, which grants the greatest enjoyment" (É de Gauss e apanhei-a em http://www-groups.dcs.st-and.ac.uk/~history/Quotations/Gauss.html )
25.4.06
Aqui fica o 1º, o vermelho como se preza, embora já esteja deitado!!!
O 2º já está um pouquinho desmaiado e parece servido à mesa... de quem? para quê?...
E este 3º? já está mesmo sem cor, preciso de o ver bem de perto para ainda lhe encontrar umas pinceladas, a lembrar outras cores....
Ah, mas este ainda me dá alguma esperança, embora com pouca cor mas completamente de pé, afirmativo,... No entanto, há algo que me deixa de sobreaviso (em sobressalto?)... parece estar numa jarra!...
Curioso, depois de os ver todos juntos senti falta de algo, uma imagem de cravos e não imagens de um cravo... sózinhos são bonitos mas sabem a pouco...
20.4.06
Pois é, eu coloquei uma colecção de links para os blogues de Ribamar, mas hoje apetece-me fazer uma chamada de atenção especial para eles.
Eu não sou de Ribamar, mas trabalho de perto com um conjunto de professores deste Agrupamento de escolas e os blogues de Ribamar são afinal os blogues que têm vindo a surgir nesse Agrupamento de escolas e que dão visibilidade à riqueza do que acontece por lá.
E foi por ter começado a desafiá-los para a exploração pedagógica desta ferramenta que me fui entusiasmando também por alimentar um blogue próprio (este)... O acompanhamento das experiências que iam surgindo, a partilha do entusiasmo dos alunos e dos professores (e também de pais e funcionários), foi fazendo crescer a apetência por me envolver também nesta via de escrita e reflexão. Não é que não tivesse já experimentado ter um blogue mas a pulsão que então me levara a iniciá-lo não era bem a de falar comigo própria,... Ora, nesta vivência com Ribamar, o que surgiu de novo foi que achei muito estimulante o papel de comentadora... Mais concretamente, estar atenta aos crescimentos vários, assumir-me como co-responsável por ajudar a sustentar o interesse daqueles alunos (e professores), por ajudar a perceber que têm uma audiência, que do outro lado há pessoas que se motivam com o que eles dizem, enfim, que, de facto, se está em diálogo e não em monólogo....
É por isso que eu não gosto de catalogar o que faço com o termo 'formação' e prefiro falar de aprendizagem. Falar em formadores e formandos é reduzir a questão a estatutos e o que acontece é muito mais que isso. Prefiro falar de pessoas que desejam fazer coisas umas com as outras, assumindo papeis diferentes em diferentes momentos, mas todas elas querendo entreajudar-se, provocando-se mutuamente, desafiando-se, criticando-se, dando espaço para experimentar e para partilhar o que vão descobrindo, enfim sustentando-se nos crescimentos que vão fazendo e, por isso, todas elas aprendendo...
E é isso que temos vindo a fazer em Ribamar, os de lá, eu e os meus outros parceiros de trabalho (de que também há aqui ao lado uns blogues a espreitar...
E podem crer que não ficam desapontados se os forem lá ver, surprendam-se... e já agora comentem...
Ou será que estou a falar sozinha???
17.4.06
Um dia foi com o cheiro de um dado perfume. Saltei para o tempo de miúda (há uns bons 40 anos) em que visitava a minha avó materna na serra de Montemuro, numa aldeia chamada Laboncinho que vem em muito poucos mapas e onde vi neve pela primeira vez na minha vida... Sim o perfume fez-me sentir o cheiro da massa do pão que a minha avó amassava (e cozia) em casa, num bancada junto à janela com vista para o sopé da serra e, por vezes, para umas nuvens fofas como algodão...
E hoje???
Hoje foi ao jantar uma coisa ligeira num daqueles sítios rápidos que dizem preparar comida saudável. A sobremesa era iogurte com pedaços de manga e mel... a primeira colherada nada de mais, agradável mas um pouco amargo. O mel estava lá mais abaixo, escondido e resolvi ir à procura dele. Essa nova colherada fez a diferença,... no sabor e no espaço de sensações. Num segundo eu já não estava ali, numa mesa de linhas direitas de um qualquer centro comercial... mas antes nas escadas em frente à Cantina da Faculdade de Ciências (a velha a que ardeu, junto ao Jardim Botânico), com o tabuleiro do almoço em cima de um caixote de fruta que fazia de mesa (o espaço da Associação de alunos ao lado da cantina estava fechado por isso eram mais as pessoas que comiam na rua que aquelas que tinham lugar no interior da cantina). E o almoço era o 'crudívoro' (nunca me esqueci do nome) que consistia em iogurte, mel, frutos secos, tostas, fruta, enfim só coisas boas, que eram uma boa alternativa às outras coisas bem mais maléficas...
Estranho não é??? Mas é bom, eu gosto destes saltos entre realidades paralelas em que vivemos...
Há quem lhes chame memórias mas eu não acredito, gosto mais de pensar em várias vidas, várias identidades e várias tonalidades que nos ajudam a passar de umas para as outras e que espero me permitam continuar a viver momentos que parecem ter ficado noutros tempos... a que eu posso voltar num segundo...
Mas o que vale é que ainda vai havendo um solinho para me compensar...
E agora a voz da fotógrafa...
Como ficamos infelizes quando nos restringem o espaço de liberdade, nem que seja de coçar a orelha, de lavar a cara/focinho, de entrar numa porta entreaberta! E esta limitação de liberdade, não afecta só quem é objecto dela; também eu, o carcereiro (a dona), fiquei com a minha liberdade de movimentos limitada pois tive de passar a Páscoa a tratar do gato em vez de ir apanhar ar do mar à Figueira da Foz...
Quem tem e exerce o poder de limitar os outros nem sempre se apercebe de que isso também limita a sua própria liberdade. Ou será que sabe???
7.4.06
Como eu gostava que fosse desta que eu conseguisse ter uns dias para me dedicar a escrever o que devo, a rever o que já escrevi para o publicar, a construir e rechear o meu site...
Mas as coisas parece que nascem do chão, deste que não dá uvas!...
Mesmo que eu queira seguir o conselho das minhas colegas "pára de ter ideias, intervala..." mas... e o que se faz para não se ter ideias quando se é idiota?
PS
E quem é este que está a cantar??? Pois é, este é o vocalista de um conjunto fabuloso e pouco conhecido em Portugal - Tiger Lillies - que cantaram pela primeira vez aqui em Portugal, imaginem onde, em Serpa e eu lá fui passar uma noite a Serpa (daqui de Lisboa) só para os ver e não dei por mal empregue a viagem, além de o Alentejo ser sempre lindo, música e a provocação é sempre garantida e estimulante...
28.3.06
Nem completamente soturna, nem desmaiada.
O azul tem vida, enquadra bem as fotos e deixa um certo toque nocturno que me agrada.
Não sei porquê associei a sensação desta cor à imagem destes restos de paus de giz coloridos, com pó uns dos outros, que me transportam para outros tempos. Os de uma escola primária onde eu gostava de brincar com as cores no quadro de ardósia que não era bem negro, antes um cinza antracite que também realçava bem tanto o branco como estas cores...
A cor é uma coisa muito curiosa, assim como as memórias, e a escrita!
27.3.06
Não sei mesmo, mais um fim de semana agarrada a esta coisa de escrita digital, mas nada de prazenteiro.
Escrever por obrigação (mesmo quando é aceite por nós) sem ter o 'tempo' de que sentimos necessidade para que as ideias sejam 'cozinhadas' em fogo lento como na cozinha slow food (que é assim que se conseguem os melhores paladares), é sempre sentido como uma agressão por mim. E este foi mais um fim de semana desses, muito anti-natura, por isso, muito neura e pouco produtivo.
Apeteceu-me voltar ao livro Ébano - Febre africana, e reler o modo como ele explicava a distinção de percepção do tempo entre os europeus e os africanos.
Aqui vai:
"Os europeus e os africanos têm noções de tempo completamente distintas. A percepção que têm do tempo é diferente, como é diferente a relação que com ele mantêm. O europeu está convencido de que o tempo tem uma existência exterior a ele próprio, uma existência objectiva e com uma natureza mensurável e linear. Para Newton o tempo era absoluto: «O tempo absoluto, real e matemático flui em si e na sua natureza uniformemente, sem relação com nada que lhe seja expterior...» O europeu vê-se a si próprio como escravo do tempo, está dependente dele, é-lhe submisso. Para poder existir e funcionar... tem de respeitar prazos, datas dias e horas. .. Entre o homem e o tempo paira um conflito irresolúvel, que termina sempre com a derrota do homem - o tempo destroi-o.
O tempo torna-se perceptível como consequência das nossas acções e desaparece quando deixamos de fazer alguma coisa ou não fazemos absolutamente nada. O tempo é uma matéria, que pode, sob influência nossa, ser constantemente animada de vida, que mergulha, contudo, num estado de sono profundo ou de não-existência, mal abdicamos da nossa energia. O tempo é uma categoria passiva e, acima de tudo, dependente do homem.
Uma inversão completa do problema europeu.
Passando da teoria à prática: quando chegamos a uma aldeia, na qual vai haver uma reunião durante a tarde, e não encontramos ninguém no local do encontro, não vale a pena perguntar: «Quando é que a reunião começa?» A resposta é pois, já sobejamente conhecida: «Quando todos estiverem presentes»...
... Algures neste mundo circula e flui uma energia misteriosa, que, quando se aproxima de nós e nos preenche, nos dá força suficiente para colocar o tempo em movimento - há algo que se inicia." (pg. 24)
E esta releitura, de facto, re-situou-me no meu tempo de Cabo Verde e ajudou a pacificar-me com a minha situação, aqui e agora, de europeia... obrigada amigos de Cabo Verde...
21.3.06
Mas talvez tenha sido uma forma de tentar manter alguma continuidade na escrita de forma a sustentar a minha ligação a este processo de pensar! Pois é, porque a escrita é essencialemnte um acto de pensar. Ou não será?
Mas também pode ter sido só por me estar a apetecer algo menos soturno!?
Será que ajuda à apetência pela escrita?
E pela leitura? Aí a bola fica do vosso lado, leitores, visitantes, críticos.
Fico à espera dos vossos sinais.
19.3.06
Aqui temos o Sol amarelo, a Lua branca e uma cadeira à espera que nos sentemos na Terra para entendermos os eclipses!
Será que desta forma podemos perceber o que é estar com os pés na Terra? Ou que mostramos as várias cores que a Terra tem?
17.3.06
Dar o primeiro passo
Onde é que eu quererei ir?
Pode ser o mote da busca que vou começar!
Logo vemos... Aberta e desejosa do que virá por aí!